Cenários possíveis para a guerra na Ucrânia

(Major-General Raúl Cunha, in Facebook, 17/12/2023)

A maior parte dos especialistas pró-Rússia e dos media afirma que “a guerra acabou e as FAU* entrarão em colapso dentro de alguns meses”. Mas eu vejo isso como uma ilusão irrealista porque, mesmo que a capacidade de ataque das FAU tenha entrado em colapso, a sua capacidade de defesa permanecerá ainda por mais algum tempo. E, mesmo quando a sua capacidade defensiva entrar em colapso, não vislumbro uma resolução rápida, dada a psicose em massa que aparentemente tomou conta da sociedade ucraniana e a realidade de que a maioria dos ucranianos vê isto como sendo um conflito existencial.

Penso sinceramente que muitos estão agora a subestimar a Ucrânia, após a recente onda de reportagens histriónicas ocidentais que retratam o país como estando à beira do colapso. Muitas dessas reportagens são difundidas com um propósito específico, em parte porque os oligarcas do CMI*, que ganham milhares de milhões com esta guerra, precisam de continuar a extorquir o seu dinheiro, e por isso é do seu interesse exagerar as coisas.

Por outro lado, penso que alguns dos tristes cínicos que por aí pululam estão a inclinar demasiado o pêndulo para o outro lado, e tentam transmitir a ideia de que a Rússia está completamente num impasse e nunca será capaz de avançar, estando desse modo a ignorar e/ou esconder totalmente os incalculáveis danos económicos e sociais em que a Ucrânia como um estado está a incorrer.

A questão é, porém, que não é uma mera “possibilidade” que a Rússia esteja à espera porque “não consegue avançar” – isso é um facto. É claro que, se pudessem ter conseguido, já o teriam feito. Quem não gostaria de acabar com a guerra mais depressa? Mas isso não significa que não o farão no futuro, quando a Ucrânia enfraquecer ainda mais significativamente.

Mas, por um lado, penso que poderá ser verdadeira a possibilidade de que nunca conseguirão avançar, no sentido em que, se imaginarmos o campo de batalha apenas como uma luta unidimensional de forças dispostas na própria linha da frente, a Rússia já provou ser incapaz de avançar nesse caso, porque ambos os lados estão demasiado equilibrados, com as vantagens de cada um a serem contrabalançadas pelas vantagens assimétricas do outro. Por exemplo, a Ucrânia tem uma grande vantagem de IVR* a nível operacional devido a ter todos os recursos de pesquisa da NATO à sua disposição, cujas frotas de satélites superam largamente as da Rússia. Mas a Rússia contrabalança isso com uma vantagem em IVR ao nível tático dada a sua preponderância em guerra electrónica na linha da frente e supremacia em drones, etc.

Assim, num vácuo absoluto, essas duas forças ficariam de facto, indefinidamente, num impasse. No entanto, isso ignora a realidade de todas as outras exigências que acontecem fora da linha da frente. Nomeadamente, de logística, economia, infraestruturas, clima social e capacidades produtivas, no sentido em que se relacionam com a economia.

Mesmo que os dois lados se desgastem um ao outro, infligindo perdas iguais, um lado estará fadado a perder se não for capaz de suportar as perdas materiais tão bem quanto o outro lado. É aí que entram em jogo a economia, os reabastecimentos e a logística. E neste caso, para a Ucrânia, tudo depende de quanto tempo os seus aliados a continuarem a apoiar. Se esse apoio cair drasticamente, então a Ucrânia simplesmente não será capaz de sobreviver indefinidamente porque chegará a um ponto em que, entre outras coisas, simplesmente ficará sem toda a blindagem pesada.

Nesta altura ainda podem ter uma boa quantidade de blindados sobrando, cerca de 500-800 carros de combate e 800-1500 blindados mais ligeiros, mas por mais que possam parecer, ainda só são suficientes para mais um ano de desgaste. Sem um novo reabastecimento massivo, daqui a um ano – com as atuais taxas de desgaste – a Ucrânia ficaria praticamente sem nada e sem qualquer forma de se defender dos avanços russos. A Rússia, por outro lado, praticamente igualou as suas perdas. Ou seja, o consumo actual está entre 600-900 perdas de carros de combate por ano (o número diário é de 2-4), por exemplo, enquanto a produção é de 1.000-1.200 e, portanto, cobre totalmente as perdas.

A Ucrânia conseguiu algumas medidas provisórias para o preenchimento da sua frota de blindados, mas cada parcela fornecida consistiu em ofertas cada vez mais antigas e menos viáveis. Por exemplo, passaram do Leopard 2 para receberem agora o Leopard 1 de 1960 com uma blindagem completamente inadequada e um insignificante canhão de 105 mm que nem sequer penetra nos carros de combate russos.

Portanto, embora eu tenha a impressão que “os relatórios sobre o fim da Ucrânia são prematuros”, há uma grande probabilidade de que não consigam sobreviver depois de 2025, senão mesmo 2024, porque a economia e a logística são as realidades que começarão a falhar.

No entanto, se conseguirem passar a combater ao estilo vietcongue, tornando-se guerrilheiros insurreccionistas, mesmo muito depois de o seu equipamento se ter esgotado, e não podemos descartar isso completamente – tudo é possível, particularmente nas regiões ocidentais da Ucrânia. As sondagens – na Ucrânia – continuam alegadamente a mostrar um forte apoio às FAU e à guerra no seio da sociedade ucraniana. Portanto, não há dados particularmente sólidos que apoiem a afirmação de que a Ucrânia não continuaria a lutar resilientemente, mesmo face à perda total de apoio. Afinal, veja-se o caso dos chechenos. Estes não tinham nem uma fração do financiamento ou dos benefícios que a Ucrânia desfruta dos aliados ocidentais, mas foram capazes de lutar decididamente durante anos contra a Rússia.

Temos que ser realistas e assumir que esta é uma possibilidade. Até mesmo os responsáveis russos de mais alto nível já admitiram isso. Por exemplo, ainda recentemente, um dos principais “siloviks”* de Putin, disse o seguinte aos EUA:

“Arriscam-se a terem um segundo Vietname… Cada nova administração dos Estados Unidos da América que surgir terá de lidar com a guerra na Ucrânia.”

Inerente a esta afirmação está a clara implicação de que esta guerra poderá durar várias administrações dos EUA. Isso significa que mesmo os altos responsáveis russos preveem que esta situação possa durar anos ou décadas. E então, quem somos nós para os contestar, quando eles têm muito mais acesso a dados reais relativos ao conflito?

No início deste ano, eu próprio previ que esta guerra poderia durar até 5 anos ou mesmo mais. Foi apenas recentemente, após a desastrosa contra-ofensiva ucraniana, que comecei a ver sinais de que talvez a guerra possa terminar em 2025, que é o que tenho defendido recentemente.

Muito disso dependerá de como será o clima político na Europa, e mesmo nos EUA, no final de 2024 e em diante. Há que ter em atenção que 2024 está programado para ser um dos anos políticos mais importantes da história, pois tem a maior concentração de eleições globais significativas do que quase todos os outros anos: em 2024, a nível mundial, irão acontecer 65 eleições em 54 países.

Isso significa que há potencial para grandes mudanças, especialmente grandes subidas de partidos de direita que poderão finalmente atirar a Ucrânia ao tapete. Existe a possibilidade de a Ucrânia ter todo o apoio totalmente cortado no início de 2025, altura em que o jogo poderá terminar.

Claro que também é possível que algo importante aconteça na Ucrânia muito antes disso, como por exemplo na primavera de 2024. Mas isso provavelmente poderá andar em torno de uma potencial mudança na liderança, como um golpe de estado, o que não significa necessariamente que a guerra terminaria, mas sim que começaria uma nova fase. Por exemplo, eu tinha considerado que Zaluzhny poderia tomar o poder e simplesmente orientar a Ucrânia para uma postura defensiva ainda maior, duplicando totalmente a defesa e pondo de lado por completo todos os objectivos das “fronteiras de 1991”. Isto seria um pesadelo para a Rússia, pois poderia tornar as FAU ainda mais intratáveis do que já são.

Até agora, a Rússia continuou a levar a cabo a guerra com uma abordagem muito discreta, recusando-se a tentar uma maior destruição das infraestruturas civis da Ucrânia ou mesmo das principais vias de transporte. Isto significa que a Rússia está bastante confiante em que pode alcançar os seus objetivos estratégicos sem necessidade de exagerar, o que implica ainda que Putin simplesmente calculou a operação como uma de longo prazo. Isto também inclui a geração de enormes reservas estratégicas de mão-de-obra sem sequer as utilizar na guerra.

Tudo isto para dizer que a Rússia está a empenhar uma fração do seu verdadeiro potencial e, teoricamente, poderia acabar com a guerra muito mais rapidamente se realmente quisesse aumentar a aposta para um estilo diferente de guerra. Isto serve apenas para salientar que, se no futuro a Rússia alguma vez atingir verdadeiramente um nível de frustração onde se sinta como estando num impasse e sem capacidade de avanço, a Rússia ainda tem capacidades em reserva que poderá usar para escalar o conflito para um nível diferente e quebrar o impasse.

Em suma, a Rússia está a travar a guerra com um nível de 2/5 do seu potencial, porque sente que esta é uma abordagem confortável que ainda permite resultados atingíveis – por isso lhe chama uma “operação militar especial” em vez de uma guerra total. Mas se entender que assim não está a funcionar, então a Rússia ainda tem espaço para aumentar a intensidade de forma a mudar o teor do conflito, a fim de garantir a realização dos objetivos declarados.

CMI – Complexo Militar Industrial

FAU – Forças Armadas da Ucrânia

IVR – Informações, Vigilância, Reconhecimento

Silovik – Homem forte.

NOTA: Retirado de parte de um conjunto de artigos recebido via internet, que depois de traduzido foi adaptado para o conformar com as minhas próprias impressões.


8 pensamentos sobre “Cenários possíveis para a guerra na Ucrânia

  1. A Rússia, com [início de propaganda NATO] “tropas mal treinadas, desmotivadas, sem mísseis, a lutar só com pás, a ter de roubar chips de máquinas de lavar roupa, e com uma economia na idade da pedra” [fim de propaganda NATO], libertou quase 20% da Ucrânia (equivalente a Portugal ou à soma de Bélgica e Países Baixos), e ainda pisou mais território do que isso, em menos de meio ano. Só com uma parte das forças profissionais e sem mobilização. É obra. Estava desmilitarizado o 1° exército do UkraNazistão, preparado pela NATO ao longo de 7 anos.

    Depois do mal explicado revés de Kharkov, encolheu a linha da frente, saiu de Kherson para se concentrar de um só lado do rio Dniepr, e pelo meio destruiu a capacidade ofensiva do 2° exército UkraNazi, desta vez armado com beículos da NATO de modelos Soviéticos. A contra-ofensiva em Kharkov parou na fronteira da República de Lugansk, por “coincidência” o território que a Rússia decidiu anexar, já que do território de Kharkov onde estava até então, a oeste do rio Oskil, nunca foi reclamado pelo Kremlin.
    É por isso que digo que essa parte está mal explicada. O contra-ataque UkraNazi foi um sucesso porque a Rússia defendeu mal, ou a Rússia já estava a tirar meios dessa zona para se concentrar só na defesa de Lugansk, por onde o contra-ataque UkraNazi não conseguiu passar?

    Depois veio a terceira fase, a mobilizou e construiu as linhas de Surovikin, intransponíveis, onde as suas tropas pararam e efetivamente desmilitarizaram o 3° exército do UkraNazistão, desta vez com veículos da NATO de modelo ocidental.
    Foi também aqui que se deu a “coincidência” de fecharem várias contas de OSINT (Open Source INTelligence) que até então mostravam as perdas “Russas”. Parece que quando os veículos a arder passaram a ser quase só os modelos ocidentais, era mais difícil continuar este tipo de propaganda dizendo que eram “Russos”.

    Neste momento a decisão na NATO é se constrói ou não, e com que meios, o 4° exército do UkraNazistão, o tal que teria já os tanques USAmericanos acompanhados dos F16.
    Para já o financiamento está entalado, e entalado está o regime UkraNazi.
    Os Republicanos nos EUA não querem ficar ligados a este falhanço, apesar de tantas juras de amor no passado, que até vão dar jeito para poderem dizer que não faltou apoio “bi-partidário” à geopolítica da administração Biden.
    Mas com as linhas de Surovikin no lugar, com os microscópicos avanços UkraNazis só em 3 pequenas bolsas em zonas de baixo relevo a que a defesa móvel da Rússia chama de “Kill Zones”, os Republicanos vão aproveitar nas eleições internas para dizer que Biden esbanjou centenas de milhares de milhões e só conseguiu um falhanço ( ‘failure’ será mesmo a palavra usada, e nunca ‘defeat’, como é óbvio.

    No ciclo do imperialismo genocida com capital em Washington e vice-capital em Londres, a chegada de Republicanos ao poder significará uma maior atenção para a próxima proxy war, em Taiwan. Porque outra razão já vários war-hawks já escreveram artigos a falar de 2025 como data para Taiwan, e já vários presstitutos da MainStreamMerdia já escreveram artigos a preparar a narrativa de que “os USA chegam para a guerra contra a Rússia e a China ao mesmo tempo”?
    Faz parte do plano. Não é que o plano esteja a correr bem. Falhou completamente em derrotar a Rússia. Só que estes lunáticos que se banham em elogios, espelhos, e “yes man”s, não têm plano B. Porta to vão, como se diz, fazer double down ao plano A.

    Vai correr tão mal para tanta gente!

    Quanto ao território dos UkraNazis, interessa saber 4 coisas:

    1) o território histórico no qual a Rússia baseia a sua narrativa, e que Putin veio agora dizer com todas as letras: Odessa é uma cidade Russa;

    2) as barreiras naturais, geográficas e ideológicas, umas que são a base do desenho de qualquer linha de defesa militar, e o rio Dniepr é perfeito neste aspeto, e as outras que são impedimento a integrações políticas contra a vontade popular, daí que o próprio Putin também já tenha dito que a Galícia (Lviv e arredores, capital do UkraNazistão) nunca foi nem seria Rússia, nem que a Rússia quisesse. Talvez a Polónia os queria de volta…

    3) os mapas eleitorais dos tempos em que a Ucrânia ainda tinha uma Democracia soberana, e que mostram a zona onde começa e acaba a Novorossiya, algures a norte de Odessa e Nikolaev, e na zona sul de Kirovograd. Neste caso será necessário voltar a passar o Dniepr, mas como bónus, farão ao UkraNazistão o mesmo que a NATO fez à Sérvia: o acesso ao mar acabou-se;

    4) a capacidade militar Russa, que só tem estado a crescer, e como diz o Major-General, só está a ser usada em parte. Ora, se com um exército pouco rodado, ferrugem to, impreparado, fizeram o que fizeram em 2022, o que poderão fazer agora que ganharam experiência, aumentaram a moral e as várias capacidades de produção e combate, e têm pela frente um inimigo cada vez mais desmilitarizado e agora com a possibilidade de ser abandonado, tal preservativo usado, pelos NeoLib+NeoCon imperialistas genocidas ocidentais?
    Onde a Rússia vai chegar, quem o diz é Medvedev, será preciso ir a Kiev outra vez, e desta vez sem qualquer intenção de voltar a sair.

    Portanto é este o novo mapa da Ucrânia, e a grande dúvida não é ‘se’, mas sim ‘quando’. E enquanto o império genocidas ocidental já mudou a palavra, do “for as long as it takes” para o recente “as much as possível”, e ainda vai mudar mais até abandonar de vez este projecto da RAND (ver relatório “Expanding Rússia” de 2019 onde este think tank ligado ao Pentágono delineou o plano tal e qual como está a ser seguido). Do outro lado, a Rússia repete exatamente as mesmas palavras: atingir os objetivos da SMO de desnazificar, desmilitarizar, e neutralidade (fim da expansão da NATO naquela zona), dure o tempo que for preciso.

    É assim, uns têm palavra e coerência, e a sua dinâmica de vitória só reforça a razão. Os outros não têm palavra, andam em ziguezague, e a dinâmica de derrota coloca-os como galinhas tontas sem saber bem para que lado se virar.

    E ontem, pela primeira vez, li num texto pró-Russo a possibilidade da Galícia (Lviv e arredores) poder ser aproveitada.
    A lógica é esta: como a desnazificação e neutralidade implicam a derrota do projecto ocidental e do seu regime amestrado, há a possibilidade da maluqueira ocidental responder a isto com sanções contra o regime da Ucrânia libertada, que será pintado pelas presstitutas como sendo “agentes do Putin”. Como esse país estará em frangalhos, a sua única hipótese é a ajuda da Rússia. Sanções para um lado, truques legais para outro, e o resultado pode ser a população normal da Galícia tornar-se pró-Russa (ou pelo menos deixar de ser pró-Ocidental) e a população UkraNazi passar a fronteira para ir em massa para a Polónia, Alemanha, e restante Europa.
    Uma possibilidade descartada desde início pelo realismo da real politik do Kremlin, passou assim a ser uma hipótese. É portanto este o nível da derrota do projecto UkraNazi: total.

    Agora falta ver como isto se passará na prática no terreno. Para já, acompanhando o neutral e factual SuriyakMaps (sempre com confirmação de geolocalização), o que posso dizer é que em todas as frentes, nas últimas semanas, todos os avanços territoriais são favoráveis à Rússia, e segundo um certo site pró-ocidental que se deu ao trabalho de fazer jornalismo e contar, uma a uma, as baixas Russas no conflito que podem ser confirmadas (pelas redes sociais das famílias e pelas certidões de óbito oficiais, etc) e que dizia que até agora houve cerca de 25 mil mortos do lado Russo, a quantidade de mortos nas últimas semanas caiu quase para zero. Isto enquanto a desmilitsrização das forças UkraNazis continua a todo o vapor.
    Ora, se esta é a situação num momento de derrota total da contra-ofensiva UkraNazi+NATO, e em que a Rússia está já a fazer avanços generalizados mesmo estando ainda em modo defensivo e conservador/cuidadoso, imagine-se só o que virá se a Rússia, fortalecida, lançar um segundo grande ataque contra um UkraNazistão todo roto.

    Para já, o que sabemos é a mudança de paleio em Kievue passou do “fiesta de verão na Crimea em 2023” para uma nova narrativa já publicada em imprensa ocidental, em que a nova tática é “não interessa sequer defender território, podem até recuar, só interessa matar Russos na linha da frente e construir linhas de defesa na retaguarda”.
    Mas que cambalhota!
    Agora, depois de ficarem sem 3 exércitos, agora é que se lembraram que se calhar era boa ideia mudar de tática.
    Segundo vários analistas militares e geopolíticos, agora é tarde. Nem têm blindados, nem mísseis, nem artilharia, nem financiamento, nem tropas experientes ainda vivas. E a terra onde querem escavar agora as linhas, está congelada! Como a manta já não chega para cobrir tudo, não podem tirar militares da frente para fazer isto, e a mobilização está a ser um falhanço, ao ponto de até já invadirem balneários em ginásios para prender mais carne para canhão, cuja idade média já anda bem acima dos 40 anos. Então, à boa maneira NeoLib, quem vai construir as tais linhas, bem lá atrás na retaguarda longe da artilharia Russa, é a… iniciativa privada contratada pelo governo. Isto, no país mais corrupto do Mundo, vai ser giro de ver.

    O Bilde alemão até já publicou o mapa com os prováveis recuos UkraNazis e avanços Russos ao longo de 2024 e 2025. Se ainda não viram, pesquisem. Avdeevka já era. Seversk e Kupiansk vão a seguir. E a coisa pode só parar em Kharkov na frente leste e nas cidades de Zaporojie e Dnipropetrovsk.
    Se se confirmar, essa nova fronteira vai diminuir em metade esse linha da frente.
    Imagino que as tropas que a Rússia libertará então com essa diminuição, possam ser depois usadas na espectável travessia do Dniepr, pois afinal de contas Kherson já mudou de lado no referendo, Odessa é uma cidade Russa, e a Transnístria e a Gagauzia são já ali ao lado.
    A NATO queria avançar até Belgorod e Kursk. Em vez disso, pode ver a Rússia chegar às portas da Roménia.
    Ainda não sei como, mas sei que a certa altura a propaganda do império genocidas ocidental vai vender isto como uma derrota da Rússia: “ah e tal Putin queria ir até Lisboa, mas foi travado pela NATO no rio Danúbio”. Hahaha esperem só para ver…

    É que, como alguém já comentou no Telegram, a NATO é a organização militar de Schrödinger: se o UkraNazistão perder, Putin vai invadir a NATO toda até Lisboa, mas se o UkraNazistão ganhar, Putin não passa sequer da Ucrânia pois esta será protegida pelo facto de pertencer à NATO…
    Parece mentira, mas é mesmo assim: toda a narrativa da NATO assenta neste paradoxo anedótico.

  2. Neste momento as sondagens na Ucrânia devem valer tanto como valerian sondagens feitas na Alemanha no estertor do nazismo. Se vivessem num pais de Mirotoveters em que qualquer um que seja visto como pro russo pode acabar na pior das hipóteses com um tiro na cabeça, precedido de tortura antes, e na melhor amarrado a um poste com a cara pintada de verde schelle e lhes viessem perguntar se eram a favor de combater os russos até ao último ucraniano iam dizer que não? Água de bacalhau e o mesmo fazem os ucranianos.
    Embora eu não divide que haja por lá muito racista fanático que acredita mesmo que o poder dos vikings lhe dará a vitória não interessa quantas vidas isso custe. Tal como houve na Alemanha nazi. A lavagem ao cérebro é poderosa.
    E como os russos não teem os maus fígados dos israelitas e não desatam ali a despejar tudo quanto teem, de termobaricas a khinzaks, a bombardeioros em cima da população civil, como aliás o lado ucraniano fez sempre que pode, a guerra está realmente para lavar e durar.
    E o nosso dinheiro a ser lá desperdicado. É a fazer falta por cá. Na Alemanha o Governo federal deu mais 14 milhões de euros a Herr Zelensky mas para apoiar as vítimas de inundações no Norte do país não há guito.
    Mas o sonho molhado desta cambada de racistas é matar russos e se tivermos de passar fome e frio e 100 ucranianos tiverem de morrer para matar nem que seja um russo acham que vale a pena. Mundo cão este.

  3. Estas afirmações valiam para os 1ºs meses, 6 talvez, do conflito. Hoje só os nazis-nazis ainda pensam assim. A demonstrá-lo estão as dificuldades crescentes no recrutamento, que passou a ser forçoso e só não é feito na capital para proteger a imagem de zely e não alarmar a população (… ” dada a psicose em massa que aparentemente tomou conta da sociedade ucraniana e a realidade de que a maioria dos ucranianos vê isto como sendo um conflito existencial ” ). Ver um resumo da situação actual da mão de obra ucraniana na guerra: https://wordpress.com/post/oxisdaquestaoblog.wordpress.com/13070 ou https://oxisdaquestaoblog.wordpress.com/2023/12/19/sem-dinheiro-e-sem-soldados-nao-ha-guerra-a-encrenca-ucraniana-que -a-nato-armou-a-zelensky/
    que inclui as observações que o analista SIMPLICIUS faz sobre o assunto no seu site.

  4. Há alguns dias, despejei aqui a conclusão de uma análise resultante das centenas de anos que levo de vida, a saber:

    “O americano vulgar é burro e ignorante. Graças a Deus, porém (ou ao Diabo, vá-se lá saber), o americano ‘sofisticado’ é exactamente ao contrário, ou seja, é ignorante e burro.”

    Para quem ache cientificamente pouco rigorosa tal afirmação, aqui ficam as declarações fresquinhas do congressista norte-americano Rich McCormick, republicano, da Georgia (Jórgia em português), rederindo-se ao apoio americano à Ucrânia:

    “FIRST OF ALL, WE MADE A PROMISE. TO SUPPORT A COUNTRY THAT WAS INVADED BY A COMMUNIST COUNTRY.”

    Ora toma, que já almoçaste! Aqui, ao minuto 25:00:

    https://www.c-span.org/video/?532188-3/rep-rich-mccormick-congressional-news-day

      • E o que tenho eu a ver com o russo vulgar, luminária? Vou começar a preocupar-me com o QI do russo vulgar e do russo sofisticado quando eles tentarem ocupar-nos o cabo da Roca. Antes disso não vale a pena, já me chegam as perguntas burras e ignorantes de alguns dos meus ignorantes e burros compatriotas.

  5. E diz no curriculum do homem que, e médico de profissão. Será que o diploma lhe saiu numa caixa de All-Bran? Diz bem do estado do ensino por lá que tal asno tenha conseguido tirar um curso de medicina.

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